Na imagem: Cristãos adeptos da Igreja da Alemanha [Deutsche Christentum] celebrando o "Dia de Lutero", em 1933. Colorido artificialmente

Autor: Hector Avalos
Tradução: Gilmar Santos, postado originalmente no Rebeldia Metafísica


Racialização dos Judeus
D’Souza afirma que os judeus medievais pelo menos poderiam ter se convertido ao Cristianismo ao passo que a eugenia darwinista dos nazistas racializou os judeus até um ponto em que estes não mais poderiam alterar sua identidade. Como já discuti, isto realmente não faz a menor diferença para a repreensibilidade moral do genocídio baseado na religião ou na etnicidade. Mas a idéia de que os judeus eram uma categoria racial, não somente uma categoria religiosa, já possuía uma longa história no Cristianismo muito antes do surgimento de Darwin.

Considere a ideia hitlerista da “pureza do sangue” (Reinhaltung des blutes). Esta noção não teve início com Darwin, nem sequer foi discutida como tal por Darwin em A origem das espécies. Em vez disso, a terminologia específica de Hitler corresponde muito de perto à terminologia católica espanhola (limpieza de sangre/”limpeza ou pureza do sangue”) aplicada contra os judeus na Espanha. Em particular, Juan Martinez Siliceo, o arcebispo de Toledo, propôs em 1547 uma legislação baseada muito especificamente sobre esta noção de limpieza de sangre.[72] Normas decretadas em Toledo em 1449 também se concentraram na pureza do sangue como um meio para discriminar os judeus que haviam se convertido mas não eram espanhóis  “de sangue”.

Como até mesmo os estudiosos judeus observaram, diversos personagens bíblicos podem ser interpretados como defensoras de práticas eugênicas séculos antes que o termo fosse inventado. O rabino Max Reichler, um dos autores de Eugenia judaica e outros ensaios, nos diz:

"Certamente a eugenia como ciência dificilmente poderia ter existido entre os antigos judeus; mas diversas regras eugênicas de fato foram incorporadas na vasta coleção de leis bíblicas e rabínicas. Na verdade existem indícios inequívocos de um esforço consciente para utilizar todas as influências capazes de aumentar as qualidades inatas das raças judaicas e resguardar contra quaisquer práticas que poderiam conspurcar a pureza da raça ou “prejudicar as qualidades raciais das futuras gerações” seja física, mental ou moralmente… O próprio fundador da raça judaica, o patriarca Abraão, reconheceu a importância de certas qualidades hereditárias, e insistiu que a esposa de seu “único filho amado” não deveria vir “das filhas dos cananitas”, mas da semente de uma linhagem superior.[73]"

D’Souza não fornece nada realmente comparável, além de uma referência secundária a Weikart, mostrando que o A origem das espécies de Darwin contenha quaisquer noções de pureza do sangue ou eugenia ainda mais próximas disto. Como as coisas estão, D’Souza aparenta estar confundindo seleção natural, o principal conceito por trás de A Origem das Espécies, com a seleção artifical que foi um componente essencial do nazismo.

Se olharmos para as justificativas racialistas do próprio Hitler, descobriremos que ele invoca a Bíblia, não o A Origem das Espécies, para respalda-lo. Um exemplo é esta passagem do Mein Kampf  a respeito da miscigenação:

"… é uma daquelas a respeito do que é dito com tão grandiosa e terrível justiça que os pecados dos pais são vingados até a décima geração… O pecado contra o sangue e a profanação da raça são o pecado original neste mundo…[74]."

Mas de onde Hitler tirou a ideia de que a profanação do sangue é um pecado que macula até a décima geração? Não a vemos em nenhuma das obras de Darwin. Mas no livro de Esdras, capítulo 9, versículos 1-2 e 12, lemos:

"Acabadas, pois, estas coisas, chegaram-se a mim os príncipes, dizendo: O povo de Israel, os sacerdotes e os levitas, não se têm separado dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios, e dos amorreus.  Porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a linhagem santa com os povos dessas terras; e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão. (…) Agora, pois, vossas filhas não dareis a seus filhos, e suas filhas não tomareis para vossos filhos, e nunca procurareis a sua paz e o seu bem; para que sejais fortes, e comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre. (Ênfase do autor)"

Observe que o objetivo da endogamia é “para que sejais fortes”, o que exemplifica a concepção clássica de eugenia de aprimorar algumas características desejadas através da procriação adequada. Por conseguinte, o Mein Kampf sugere que é a Bíblia, não o A Origem das Espécies, que parece ser a influência mais direta sobre Hitler.

Observe que o objetivo da endogamia é “para que sejais fortes”, o que exemplifica a concepção clássica de eugenia de aprimorar algumas características desejadas através da procriação adequada. Por conseguinte, o Mein Kampf sugere que é a Bíblia, não o A Origem das Espécies, que parece ser a influência mais direta sobre Hitler.

Conflitos raciais são uma parte do Cristianismo
Weikart rotula como particularmente darwiniana a noção da história como uma luta racial. Weikart tem utilizado repetidamente a seguinte citação de A Descendência do Homem para respaldar esta tese controversa:

"Em algum período futuro, não tão distante que não possa ser medido por séculos, as raças civilizadas do homem irão certamente exterminar e substituir as raças selvagens pelo mundo afora.[76]"

Mas esta passagem está descontextualizada. O contexto apropriado é um lamento por esta extinção – não um endosso dela. Este lamento é ainda mais evidente quando se lê o que vem em seguida, onde Darwin observa que, de fato, “”os selvagens não eram tão afetados pelas nações invasoras clássicas” até que as civilizações modernas (não as raças modernas) as usurpassem, uma vez que nas eras clássicas “não há esse tipo de queixa entre os escritores clássicos a respeito de uma possível destruição dos valores dos bárbaros”[77]. Consequentemente, Darwin acreditava que tecnologias e culturas superiores, não sangue inferior, eram os responsáveis pelo extermínio das “raças selvagens”.

E a concepção da história como uma luta entre raças é um componente muito importante da história cristã. Já em 1853, e alguns anos antes da publicação de A Origem das Espécies, George Fitzhugh, o advogado americano pró-escravidão, havia articulado a noção de conflito racial numa matriz de sobrevivência dos mais aptos quando disse:

"Os membros do Congresso do Partido Jovem Americano, orgulhem-se do fato de que a raça anglo-saxã está manifestamente destinada a devorar as outras raças, assim como o capim-açu destrói e toma o lugar de outras plantas rasteiras.[78]"

E ao contrário da afirmação de Weikart de que a orientação espiritual do judeocristianismo resistiu a tais idéias racialistas, Robert Knox, o famoso escritor racialista escocês, declarou:

"Agora, esteja a Terra superpopulada ou não, uma coisa é certa, os fortes sempre irão se apoderar das terras e das propriedades dos fracos. Estou convicto de que esta conduta não é, em absoluto, incompatível com a mais elevada moral e mesmo com o sentimento cristão.[79]"

Com efeito, John Campbell, um escritor cristão favorável à escravidão, viu a luta racial como um componente essencial da história da humanidade, e ele cita Knox em seu ensaio de 1851, “Negro-Mania“:

"O antagonismo das raças opera por si próprio  em toda situação em que duas raças são colocadas em colisão, seja pela extinção rápida ou lenta da raça mais frágil e inferior (…) Knox nos mostrou que em todos os lugares o sangue branco atropela e extermina as raças mais escuras.” O Saxão (ele observa) não se associará com qualquer raça escura, tampouco lhe permitirá manter qualquer acre de terra no país que vier a ocupar … Não há nada que negue o fato de que o Saxão – chame-lhe pelo nome que desejar – possui o mais perfeito horror por seus irmãos mais escuros”.[80]"

Em geral, Weikart parece beatificamente ignorante da abundância de literatura racialista cristã pré-nazista que mostraria que o nazismo aboslutamente não representa nenhuma ruptura da história cristã.

Conclusão
D’Souza fracassa de maneira espetacular em seus esforços para pintar o nazismo como uma “filosofia antirreligiosa” responsável por dez milhões de mortes. Primeiro, D’Souza não fornece quase nenhuma documentação para suas alegações, e o que ele de fato oferece vem em sua maior parte de fontes secundárias. Ele aparentemente é incapaz de ler fontes alemãs primárias na língua original. Ele também confunde quaisquer esforços contra o Cristianismo organizado com antirreligiosidade. Mas mesmo nas Conversações Íntimas, uma fonte questionável utilizada por D’Souza, Hitler deixa claro que ser contra o Cristianismo não é o mesmo que ser contra a crença em Deus.

A prestidigitação numérica de D’Souza simplesmente oculta o fato de que tanto a moralidade teísta quanto a não-teísta podem resultar em genocídios. Quaisquer diferenças no número de mortes é mais um acidente histórico do que uma diferença num princípio que pode justificar o assassinato de grupos baseado na etnicidade, na raça, na nacionalidade ou na religião. Pelos padrões das Nações Unidas, os genocídios cometidos pelos cristãos são tão reprováveis quanto os cometidos pelos maoístas ou pelos estalinistas porque todos eles dedicaram-se igualmente ao extermínio de 100% de seus respectivos grupos alvo.

Mas o mais significativo problema com o argumento de D’Souza é sua conveniente amnésia acerca da longa história do antijudaísmo cristão que precede em séculos o nascimento de Darwin ou Hitler. O clamor pelo extermínio dos hereges e judeus na França pelo Papa Inocente III na Idade Média não precisou do darwinismo. E o criminoso plano de sete pontos de Lutero, que é praticamente idêntico ao do nazismo, demonstra além de qualquer dúvida que o darwinismo certamente não foi “necessário” para se chegar à ideologia nazista (veja o quadro abaixo). O nazismo, na verdade, foi muitíssimo facilitado por  uma longa tradição de antijudaísmo cristão.

UMA COMPARAÇÃO DAS POLÍTICAS ANTIJUDAICAS DE HITLER E AS POLÍTICAS DEFENDIDAS EM NAS OBRAS DE MARTINHO LUTERO E CHARLES DARWIN


Notas
1. Dinesh D’Souza, A Verdade sobre o Cristianismo, pág. 215. (Thomas Nelson Brasil – Rio de Janeiro – 2008).

2. D’Souza, A verdade, p. 215. D’Souza está respondendo especificamente aos argumentos de Sam Harris, A morte da fé: religião, terror e o futuro da razão (Companhia das Letras, 2009); Daniel Dennett, Quebrando o Encanto – A religião como um fenômeno natural (Ed. Globo, 2007); e Richard Dawkins, Deus, um delírio (companhia das Letras, 2007).

3. D’Souza, A verdade, p. 214.

4. Hector Avalos, Fighting Words: The Origins of Religious Violence (Amherst, NY: Prometheus Books, 2005), pp. 325-34.

5. Vejam sobretudo Tatiana A. Chuinachenko, Church and State in Soviet Russia. Russian Orthodoxy from World War II to the Krushchev Years, trans. Edward E. Roslof (Armonk, NY: M. E. Sharpe, 2002).

6. Richard Weikart, From Darwin to Hitler Evolutionary Ethics Eugenics, and Racism in Germany (New York: PalgraveMacmillan, 2004).

7. Um sumário das convenções da Nações Unidas sobre Direitos Humanos pode ser lido em: http://www.hrweb.org/legal/undocs.html#CAG.

8. Para discussões recentes sobre teorias da etnicidade, veja Richard H. Thompson, Theories of Ethnicity: A Critical Appraisal (New York: Greenwood Press, 1989). Para o antigo Israel, veja Kenton Sparks, Ethnicity and Identity in Ancient Israel – Prolegomena to the Study of Ethnic Sentiments and Their Expression in the Hebrew Bible (Winona Lake: IN: Eisenbrauns, 1998).

9. Veja também, Solomon Grayzel, The Church and the Jews in the XIIIth Century (New York: Hermon Press, 1966); Kenneth R. Stow, Catholic Thought and Papal Jewry Policy, 1555-1593 (New York: Jewish Theological Seminary of America, 1977).

10. Stow, Catholic Thought, p. 295; Latin (p. 291): quos propia culpa perpetua servituta submisit.

11. D’Souza, A verdade, p. 208.

12. Jose M. Sanchez, Pius XII and the Holocaust- Understanding the Controversy (Washington, DC: Catholic University of America Press, 2002), p. 70.

13. Martinho Lutero, “Dos judeus e suas mentiras,” trad. Martin H. Bertram in Luther’s Works: The Christian in Society IV, ed. Franklin Sherman (Philadelphia, PA: Fortress Press, 1971), pp. 268-72.

14. Martinho Lutero, “Dos judeus e suas mentiras,” p. 268 n. 173. Veja também William Montgomery McGovern, From Luther to Hitler: The History of Fascist Nazi Political Philosophy (Cambridge, MA: Houghton Mifflin, 1941).

15. Adolf Hitler, Mein Kampf, trad. Ralph Manheirn (Boston: Houghton Mifflin, 1971), p. 213; German (p. 232): Neben Friedrich der Grossen stehen bier Martin Luther sowohl als wie Richard Wagner. Utilizamos a edição alemã Adolf Hitler, Mein Kampf (Munchen: Muller, 1938). Doravante, esta fonte será referida como “Alemã (nº da pág.).”

16. Sobre o Concílio de Elvira, veja Louis H. Feldman, Jew and Gentile in the Ancient World- Attitudes and Interactions from Alexander to Justinian (Princeton: Princeton University Press, 1993), pp. 373, 380, 398.

17. Para um ponto de vista de um erudito católico sobre este período, especialmente à luz do Vaticano II, veja Edward A. Synan, The Pope and the Jews in the Middle Ages (New York: Macmillan, 1965).

18. John Y. B. Hood, Aquinas and the Jews (Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1995), p. 25.

19. Veja Robert Chazan, In the Year 1096 The First Crusade and the Jews (Philadelphia, PA: Jewish Publication Society, 1996), p. 129.

20. Shlomo Eidelberg, The Jews and the Crusaders: The Hebrew Chronicles of the First and Second Crusades (Madison: University of Wisconsin Press, 1977), p. 31.

21. D’Souza, A verdade, p. 218.

22. Grayzel, The Church and the Jews, p. 133; Texto latino na p. 132. Inocente (Grayzel, The Church and the Jews, pp. 92-93) paradoxalmente também endossa a idéia agostiniana de manter alguns judeus vivos como um símbolo da descrença, ele também acreditou que “não se deveria destruir os judeus completamente” (em latim: ne deleveris omnino Judeos). Sobre esta idéia posterior, veja Jeremy Cohen, Living Letters of the Law: Ideas of the Jew in Medieval Christianity (Berkeley: University of California Press, 1999).

23. Para este aspecto do nazismo, vejam Gotz Aly, Peter Chroust, e Christian Pross, Cleansing the Fatherland Nazi Medicine and Racial Hygiene, trans. Belinda Cooper (Baltimore, MD: Johns Hopkins University Press, 1994).

24. Paul R. Sweet, ed., Documents on German Foreign Policy, 1918-1945, dos arquivos do Ministério do Exterior alemão (Washington, DC: United States Printing Office, 1949), series C, vol. 1, p. 347.

25. Guenter Lewy, The Catholic Church and Nazi Germany (New York: De Capo Press, 2000), p. 51.

26. Hitler, Mein Kampf, p. 65 / Alemã (p. 70): So glaube ich heute im Sinne des allmachtigen Schopfers zu handeln: Indem ich mich des ,juden erwehre, kampfe ich fur day Werk des herrn.

27. D’Souza, A verdade, p. 217.

28. Ibid.

29. Hitler, Mein Kampf, p. 562 / alemã (p. 630): Denn Gottes WillegabdenMen- sehen einst ihre Gestalt, ihr Wesen and ihre Fahigkeiten. Wer sein Wert zerstort sagt damit der Schopfung des hernn, dem gattlichen Wollen, den kampf an.

30. Sweet, Documents on German Foreign Policy, series C, vol. 1, p. 347.

31. D’Souza, A verdade, p. 217.

32. Richard Steigmann-Gall, The Holy Reich: Nazi Conceptions of Christianity, 1919-1945 (Cambridge: Cambridge University Press, 2003), p. 221. Para um estudo da  receptividade ao antijudaísmo pelas populações alemãs, veja Daniel Goldhagen, Hitler’s Willing Executioners.- Ordinary Germans and the Holocaust (New York: Little, Brown, 1996).

33. Alfred Rosenberg, Das Parteiprogramm: Wesen, Grundsatze and Ziele der NSDAP (Munich: Zentralverlag der NSDAP, 1922 [25th edition, 1943]), p. 13: Die Partei als solche vertritt den Standpunkt eines positiven Christentums, ohne rich konfessionell an ein bestimmtes Bekenntnis zu binden. Sic bekampft den judisch-materialistischen Geist… .

34. Alfred Rosenberg, Der Mythus des 20, Jahrhunderts: Ewe Wertung der seeliseh- geistigen Gestaltentkampfe unserer Zeit, (‘Munchen: Hoheneichen Verlag, 1938). Steigmann-Gall (The Holy Reich, pp. 92-93) defende que o livro de Rosenberg não recebeu muita atenção dentro do Partido Nazista. Entretanto, Albert Speer (Inside the Third Reich, trad. Richard e Clara Winston [New York: Macmillan, 1970], p. 115), o arquiteto pessoal de Hitler, diz que  “o público considerava o livro como o texto de referência para a ideologia do partido”.

35. Rosenberg, Der Mythus, p. 74.

36. Ibid., p. 78: Das positive Christentum gegenuber dem negativum der auf der etrusco-asiatische Vorstellung zuruckgehende Priesterherrschaft and des Hexenwahns.

37. Alfred Rosenberg, Race and Race History and Other Essays, ed. Robert Pois e trad. Jonathon Cape (New York: Harper & Row, 1970), p. 180.

38. Veja Harry M. Orlinsky, “Nationalism-Universalism and Internationalism in Ancient Israel,” in Translating and Understanding the Old Testament Essays in Honor of Herbert Gordon May, eds. Harry Thomas Frank and William L. Reed (Nashville, TN: Abingdon, 1970), pp. 206-36, especially pp. 210-11.

39. Rosenberg, Der Mythus, p. 75. My translation of the German: Gegen these gesamte Verbastardierung, Verointalisierung and Verjudung des Christentums wehrte rich bereits day durchaus noch aristokratischen Geist atmende johannes evangelium. A edição de Robert Pois (Race and Race History and Other Essays, p. 70) traduziu johannes evangelium como “ensinamentos evangélicos de São João,” que obscurece as referências mais específicas ao livro que chamamos de Evangelho de João.

40. Para imagens de sinais de trânsito nazistas com este versículo, veja Robert P. Ericksen e Susannah Heschel, Betrayal – German Churches and the Holocaust (Minneapolis, MN: Fortress Press, 1999), fig. 6.

41. Para uma história do cânone e do marcionismo entre os anabatistas, veja meu artigo “The Letter Killeth: A Plea for Decanonizing Violent Biblical Texts,” Journal of Religion, Conflict, and Peace 1, no. 1 (Outono 2007): http://www.plowshares project.org/journal/php/article.php?issu_list_id=8&article_list_id=22.

42. D’Souza, A verdade, p. 217.

43. Frederic W. Farrar, The Life of Christ as Represented in Art (London: Adam and Charles Black, 1901), p. 84.

44. Veja também, Susannah Heschel, An Aryan Jesus. Christian Theologians and the Bible in Nazi Germany (Princeton: Princeton University Press, 2008).

45. Minha citação vem das minutas de uma reunião do governo nazista ocorrida em 14 de Julho de 1933. Minha fonte é Walther Hofer, ed., Der Nationalsozialismus.• Dokumente 1933-1945 (Frankfurt: Fischer Taschenbuch Verlag, 1976), p. 130.

46. Mit Brennender Sorge, disponível em http://www.newadvent.org/library/docs_pi11mb.htm.

47. Telegrama de Diego von Bergen para Eugenio Pacelli conforme preservado em Raymond James Sontag et al., eds., Documents on German Foreign Policy, 1918-1945, dos Archives of the German Foreign Ministry (Washington, DC: United States Printing Office, 1949), series D, vol. 1, p. 991.

48. Veja Richard Phayer, The Catholic Church and the Holocaust, 1930-1965 (Bloomington: Indiana University Press, 2000), p. 45.

49. Veja Richard Carrier, “Hitler’s Table Talk: Troubling Finds,” German Studies Review 26, no. 3 (2003): 561-76.

50. Para uma história dos Diários de Hitler, veja Charles Hamilton, The Hitler Diaries: Fakes That Fooled the World (Louisville: University Press of Kentucky, 1991) e Robert Harris, Selling Hitler (New York: Pantheon Books, 1986).

51. Steigmann-Gall, The Holy Reich, pp. 243-60.

52. Carrier, “Hitler’s Table Talk,” p. 573.

53. Speer, Inside the Third Reich, p. 113.

54. Ibid., p. 114.

55. D’Souza, A verdade, p. 218.

56. Ibid., p. 327 n. 12.

57. Hermann Rauschning, ed., Hitler Speaks: A Series of Conversations with Adolf Hitler on His Real Aims (London: Thornton Butterworth, 1939; Reprint: Whitefish, MT: Kessinger, 2007), p. 63. Sobre a confiabilidade desta fonte, veja SteigmannGall, The Holy Reich, pp. 28-29.

58. H. R. Trevor-Roper, ed., Hitler’s Table Talk, 1941-1944: His Private Conversations (London: Phoenix Press, 2000), p. 59.

59. Trevor-Roper, ed., Hitler’s Table Talk, p. 61.

60. Carrier, “Hitler’s Table Talk,” págs. 566-72 (todas as quatro declarações aparecem na entrada datada da tarde de 27 de Fevereiro de 1942, no original alemão).

61. Trevor-Roper, ed., Hitler’s Table Talk, p. 76. Hitler rotineiramente igualou “bolchevismo” e “judaísmo”. Ele também acreditava que Jesus foi um ariano cuja mensagem verdadeira foi corrompida pelo judeu Paulo (Carrier, “Hitler’s Table Talk,” p. 572).

62. Veja também, Peter A. Dykema and Heiko Oberman, eds., Anticlericalism in Late Medieval and Early Modern Europe (Leiden: Brill, 1993), que também discute vários conflitos entre protestantes e católicos.

63. Diego von Bergen, o embaixador alemão no Vaticano, relatou especificamente que o Papa temia que “uma ‘terceira’ fé está sendo organizada e encorajada” em adição ao catolicismo e às fés evangélicas (Documentos sobre a política externa alemã, série D, vol. 1, p. 988). Isto mostra que o Vaticano via a religião nazista como uma fé concorrente, e não como “ateísmo”, um termo que ocasionalmente também aplicado a fés concorrentes.

64. D’Souza, A verdade, p. 219; Richard Weikart, From Darwin to Hitler. Evolutionary Ethics, Eugenics, and Racism in Germany (New York: Palgrave, 2004).

65. Para minha críticas a Weikart, veja “Avalos contra Weikart: Part I: General Problems with Dr. Weikart’s Methods“; e “Avalos Contra Weikart: Part II: Weikart’s Seven Darwinian Aspects of Nazism“. See also Sander Gliboff, H. G. Bromm, Ernst Haeckel, and the Origins of German Darwinism: A Study in Translation and Transformation (Cambridge, MA: MIT Press, 2008).

66. Denise O’Leary, “Post-Details: Expelling the Outrage: Hitler and Darwinism“(accessado em 3 Julho de 2009).

67. “Guidelines from Die Bucherei,” 2:6, 1935, p. 279.

68. Weikart, From Darwin to Hitler, p. 9.

69. Richard Weikart, “Review of Annette Wittkau-Horgby, Materialismus: Enstehung and Wirkung in den Wissen.rchaften des 19. Jahrhunderts (Gottingen: Vande- hoek and Ruprecht, 1998),” German Studies Review 24, no. 3 (October 2001): 610.70. Richard Weikart, “Review of Richard Steigmann-Gall’s The Holy Reich: Nazi Conceptions of Christianity,” German Studies Review 27, no. 1 (February 2004): 175.

71. Veja Mein Kampf, p. 312: “manter seu sangue puro” / versão alemã (p. 342): Rein- haltung seines Blutes.

72. Veja também, Linda Martz, “Pure Blood Statutes in Sixteenth-Century Toledo: Implementation as Opposed to Adoption,” Sefarad 61, no. 1 (1994): 91-94; Albert Sicroff, Los estatutos de limpieza de sangre.: Controversial entre los siglos xvy xvii (Madrid: Taurus, 1985); Henry Kamen, The Spanish Inquisition.A Historical Revision (London: Weidenfeld and Nicolson, 1997), sobretudo págs. 242-54; Henry Kamen, Philip of Spain (New Haven, CT: Yale University Press, 1997), pp. 33-34.

73. Max Reichler, Jewish Eugenics and Other Essays (New York: Bloch, 1916), pp. 7-8.

74. Hitler, Mein Kampf, p. 249.

75. Ibid., p. 286.

76. Weikart, From Darwin to Hider, p. 186.

77. Charles Darwin, A origem do Homem e a Seleção Sexual, (Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2004 [1874]), p. 135 (contexto: págs. 125-143). Veja também Patrick Brantlinger, Dark Vanishings: Discourse on the Extinction of Primitive Races 1800-1930 (Ithaca, NY: Cornell University Press, 2003).

78. George Fitzhugh, “Sociology for the South or the Failure of Free Society,” em Antebellum Writings of George Fitzhugh and Hinton Rowan Helper on Slavery, ed. Harvey Wish (New York: Capricorn Books, 1960 [reprint of 1854 edition]), p. 61.

79. Robert Knox, The Races of Men (Philadelphia, PA: Lea & Blanchard, 1850), pp. 38-39.

80. John Campbell, “Negro-Mania,” in E. N. Elliott, Cotton Is King and ProSlavery Arguments: Comprising the Writings of Hammond, Harper Christy, Stringfellow, Hodge, Bledsoe, and Cartwright, on This Important Subject (Augusta, GA: Pritchard, Abbott and Loomis, 1860), p. 520.

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